[MPICH] Acorda Rio

Luiz Carlos da Costa Junior lcjunior at ufrj.br
Thu Jan 24 11:12:43 CST 2008


Olá,

Nunca fui de repassar e-mails, correntes, etc, mas hoje deu vontade.
Fiz este e-mail e envio agora para todos da minha lista de contatos (muitos
nem sei porque estão nela). Não quero saber o que vão pensar.
Se não quer ler, simplesmente apague, não perca o seu tempo e me desculpe se
incomodei.

Há muito já venho não suportando mais no estado em que o Rio se encontra.
Favelas, roubos, assaltos na porta da minha casa, desordem.
Polícia corrupta, políticos corruptos.
Sei que não nasci nos anos áureos da cidade, mas agora está demais. Até
quando temos que aceitar isso?
Já tentei me comunicar com o prefeito Cesár Maia, com a vereadora Leila do
Flamengo, mas de que adianta? Nada...

Acho que está crítica do Arnaldo Jabor retrata bem a minha indignação. Pode
ser ouvida em http://download3.globo.com/sgr-mp3/cbn/2008/colunas/jabor_080124.mp3
e está escrita abaixo por comodidade.

*Arnaldo Jabour - 24 de janeiro de 2008*
"O Brasil tem muitos dramas e tragédias, sabemos.
Mas algumas desgraças ficaram meio abstratas, despercebidas, quase irreais
e a população não sabe como se posicionar diante delas.
A seca do Nordeste, os bois mortos, a violência do tráfico, a miséria, em
suma,
são tragédias conhecidas, quase tradicionais no país, a gente tem opiniões
sobre elas, chora por elas.
Mas no Rio de Janeiro, está se passando uma desgraça sem nome, muito além da
violência de que se fala tanto.
É a violência do absoluto descaso burocrático e administrativo da prefeitura
do Rio de Janeiro.
Eu viajei um mês, fiquei mais de dois meses sem vir ao Rio e cheguei e vi o
absurdo em que está se tornando essa cidade. Eu estou aqui no Rio.
A população não sabe bem o que fazer, pois não há defesas previstas contra
um prefeito que talvez tenha ficado louco e ninguém pode fazer nada.
Surgiu por ai um movimento carioca ainda trêmulo, de pessoas se recusarem a
pagar IPTU ou coisas assim, mas ninguém sabe bem como impedir que um
prefeito tenha simplesmente desistido de administrar a cidade mais bela do
país.
Que aliás, começou a ser destruída quando os militares acabaram com o Estado
da Guanabara e tivemos que importar todos os defeitos, todas as mazelas,
todos os ladrões que vieram do Estado do Rio de Janeiro para cá.
Agora, depois de décadas de populismo, chagas, brizolas, garotinhos e
rosinhas, temos um prefeito no Rio de Janeiro que passa o dia inteiro
fazendo blog na internet e gozando, rindo da cara, rindo da ira da população
carioca.
Para um carioca com o olho vivo com eu, que mora em São Paulo, as coisas
ficam mais óbvias, ficam mais claras, chegam a doer nos olhos quando eu
venho aqui. Não se vê um guarda nas ruas.
A informalidade, que vai de vans ao mercado persa que tomou conta da cidade,
as pessoas são assaltadas em série, quase numa boa, sem nada a fazer, são
assaltos quase aceitos como normalidade.
As favelas estão subindo no morro dos Dois Irmãos, no Jardim Botânico, nos
parques.
O Parque da Cidade virou um estacionamento de bandidos. As balas perdidas
assoviam como passarinhos, pardais e cigarras.
Senhores, quem vai ser o próximo prefeito? Ninguém vai se candidatar?
Depois que esse "blogueiro" sair, quem se candidata?
O grau de desordem do Rio de Janeiro está chegando a tal ponto que talvez
depois não haja volta. Quem será o novo prefeito?
Talvez precisemos de uma junta, de uma intervenção federal, de alguma coisa
radical.
Senhores, o Rio de Janeiro está entregue aos cachorros!"
--

O que vamos fazer? Há o que fazer?

Obrigado,
Luiz
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